segunda-feira, 19 de novembro de 2012

PERSONALIDADES AFROBRASILEIRAS - BEATRIZ NASCIMENTO



Intelectual, ativista negra, Maria Beatriz Nascimento foi contemporânea de Eduardo Oliveira e Oliveira, Lélia Gonzalez, e Hamilton Cardoso.
Em 1942 nasceu em Aracaju, Sergipe e, no final da década de 1940, migrou com a família para o Rio de Janeiro. Em 1971 graduou-se em história pela UFRJ. Esteve à frente da criação do Grupo de Trabalho André Rebouças, em 1974, na Universidade Federal Fluminense (UFF), compartilhando com estudantes negros/as universitários/as do Rio e São Paulo a discussão da temática racial na academia e na educação em geral, a exemplo da Quinzena do Negro realizada na USP em 1977. Concluiu a Pós-graduação lato sensu em História na Universidade Federal Fluminense, em 1981, com a pesquisa Sistemas alternativos organizados pelos negros: dos quilombos às favelas.
Seu trabalho mais conhecido e de maior circulação trata-se da autoria e narração dos textos do filme Ori (1989, 131 min), dirigido pela socióloga e cineasta Raquel Gerber. Essa película documenta os movimentos negros brasileiros entre 1977 e 1988, passando pela relação entre Brasil e África, tendo o quilombo como ideia central e apresentando, dentre seus fios condutores, parte da história pessoal de Beatriz Nascimento. Através dessa participação percebe-se outra face de suas atividades: a poesia.
Ao longo de vinte anos, tornou-se estudiosa das temáticas do racismo e dos quilombos, abordando ainda a correlação entre corporeidade negra e espaço e as experiências de longos deslocamentos socioespaciais de africanos/as e descendentes, por meio das noções de "transmigração" e "transatlanticidade".
Seus artigos foram publicados em periódicos como Revista de Cultura Vozes, Estudos Afro-Asiáticos e Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Isto é, Jornal Maioria Falante e Última Hora. Há também registros dela em entrevistas a jornais e revistas de grande circulação nacional a exemplo do Suplemento Folhetim da Folha de São Paulo, Revista Manchete, além de ensaios e poemas inéditos.
Morreu em 1995.

Fonte: Portal Geledés

PERSONALIDADES AFROBRASILEIRAS - LÉLIA GONZALEZ








Intelectual, política, professora e antropóloga brasileira, Lélia Gonzalez nasceu em Belo Horizonte, em 1º de fevereiro de 1935 e morreu em  10 de julho de 1994, no Rio de Janeiro.  
Autora dos livros “Lugar de Negro”, Editora Marco Zero, 1982 (com Carlos Hasenbalg), “Festas Populares no Brasil”, premiado na Feira de Frankfurt, mostrava neles os cenários da ditadura política e da emergência dos movimentos sociais. Preocupava-se em articular as lutas mais amplas da sociedade com a demanda específica dos negros e, em especial das mulheres negras. Além dos livros, sua produção era também mostrada em papers, comunicações, seminários, panfletos político-sociais, partidários, que mostravam grande engajamento e muita reflexão.
Lélia Gonzalez preocupava-se com os excluídos, tendo como principais referências as liberdades individuais e as transformações sociais. Lélia sempre acreditou na possibilidade de se construir uma sociedade solidária e fraterna e que, para tal, é preciso, além do engajamento na luta política mais ampla, que os grupos não dominantes produzam seu próprio conhecimento. É em razão disso que dedicou-se ao estudo das culturas humanas, especialmente da cultura negra. Graduada em História e em Filosofia, aprofundou estudos nas áreas da Antropologia, da Sociologia, da Literatura, da Psicanálise, da teoria da Estética, da Cultura Brasileira, além de ter-se dedicado profundamente à Ciência, Cultura e História africanas.
Seus escritos e palestras, atuando contra o racismo e outras formas de discriminação, contribuíram para a formação acadêmica e cidadã de muitos dos que com ela conviveram, considerando que atuou nas universidades brasileiras por mais de 30 anos, até seu falecimento. Em seus últimos dias, foi eleita, por reconhecimento de sua competência, chefe do Departamento de Sociologia, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Quando faleceu, aos 59 anos, ainda tinha muito o que fazer, o que escrever, o que falar/comunicar/ensinar.
Sua busca permanente e irrestrita na direção do conhecimento é identificada pela capacidade de interpretação que mostrou na crítica às ideologias e à hegemonia de dominação (de lógica machista, branca e europeia) que sempre forçou o povo negro ao lugar de submissão, de menor condição e capacidade. A capacidade transformadora de Lélia Gonzalez sempre foi colocada na palavra, seguindo a oralidade ancestral feminina negra.
Lélia Gonzalez é fundadora (juntamente com outras/outros companheiras/os) do Movimento Negro Unificado (MNU); do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro (IPCN-RJ)); do Nzinga Coletivo de Mulheres Negras; do Olodum (Salvador). Participou da primeira composição do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), de 1985 a 1989.

Fonte: Portal Geledés
 

domingo, 18 de novembro de 2012

PERSONALIDADES AFROBRASILEIRAS - ABDIAS NASCIMENTO.


Em homenagem ao 20 de novembro, mostraremos algumas personalidades afrobrasileiras. Começaremos com ABDIAS NASCIMENTO.

Abdias Nascimento foi um dos pioneiros do movimento negro no Brasil, se fazendo presente nas principais ações em favor da igualdade racial. Ao longo de sua vida política conquistou vitórias que se refletem na atual Constituição Federal. Em 1988 as discussões iniciadas por ele no Congresso Nacional, garantiram que a Carta contemplasse, pela primeira vez, a natureza pluricultural e multiétnica do país.

Conheça um pouquinho dessa personalidade assistindo ao Documentário "Abdias: Raça e Luta", que retrata a trajetória do professor, artista plástico, escritor, teatrólogo, político e poeta Abdias Nascimento.








Fonte: Portal Geledés
http://www.geledes.org.br/atlantico-negro/afrobrasileiros/abdias-do-nascimento/14148-um-ano-da-passagem-de-abdias-nascimento-ao-orum