quinta-feira, 19 de novembro de 2009



A treze de maio fica decretado
Luto oficial na comunidade negra.
E serão vistos com maus olhos aqueles
que comemorarem, festivamente, esse treze inútil.
E fica o lembrete:
Liberdade se toma
Não se recebe
Dignidade se adquire
Não se concede.

( Semog, 1979)

Guerra é o que nosso povo mais conhece. As guerras de Palmares, a guerra de Canudos, as guerras das favelas, as guerras do dia-a-dia. As armas não eram suficientes para combater o inimigo e as baixas sempre foram enormes. Mas hoje é diferente; não é satisfatório, mas é diferente. Estamos combatendo com armas mais poderosas que antes, e de diversos calibres: Respeito, Auto-estima, Consciência, Inteligência. E essa guerra não vai terminar tão cedo, talvez nem termine (Thaíde – músico rapper, 2000)

“Freqüência”




O som que nos irmana
o som que nos aquece
o som que nos reveste
de coragem pra vencer
tambor tão bom teu som
tam-tam batuque atã o teu doce poema
é toque é canto e dança
é lança é luta é gol
é vinda de Cabinda
do Golfo de Benin
é chuva de esperança
o sono no capim
a noite palpitando
mil sóis dentro de mim

(CUTI, Batuque de tocaia, 1982:38)

20 Novembro


“Dançando negro”

Quando eu danço
atabaques excitados,
o meu corpo se esvaindo
em desejos de espaço
a minha pele negra
dominando o cosmo
envolvendo o infinito, o som
criando outros êxtases...
Não sou festa para os teus olhos
de branco diante de um show!
Quando eu danço há infusão dos elementos
sou razão.
O meu corpo não é objeto
sou revolução

Semog